segunda-feira, 12 de novembro de 2007

FIQUE POR DENTRO!

O Brasil segundo pesquisa do IPEA apresenta 86,7% crianças e adolescentes em situação de abrigamento que tem famílias, onde dessas 7% estavam em situação de moradia nas ruas. Fortaleza em pesquisa realizada em 2005 pela Equipe Interinstitucional de Abordagem de Rua apontou 510 crianças e adolescentes em situação de moradia na rua, e apresenta um público de aproximadamente 300 crianças e adolescentes que vieram da situação de rua e encontram-se atualmente em abrigos.

Fortaleza apresenta 58% de sua população segundo a PENAD (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios-2004), em situação de pobreza ou miséria, sendo que aproximadamente 20% desse público é criança e adolescente.

Uma realidade no cenário da cidade é a presença marcante de crianças e adolescentes em situação de violência sexual, onde a exploração sexual se apresenta marcada pelo turismo para fins sexuais tanto a nível nacional, como internacional. A PESTRAF( Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de exploração sexual comercial no Brasil – 2002/ CECRIA) e a Matriz Intersetorial de Enfrentamento a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes( 2004/ Secretaria de Direitos Humanos) apresentam o Ceará com indicadores de exploração e tráfico de seres humanos para esse fim. Esse contexto sócio-econômico é uma causa importantíssima para se ter crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas, aliada à situação de maus tratos vivenciada por muitos.

O consumo de drogas também está inserido no cotidiano de grande parte de crianças e adolescentes que vivem em situação de rua na cidade de Fortaleza. Segundo dados da pesquisa “O Perfil das crianças e adolescentes em situação de moradia de rua - 2005” realizada pela Equipe Interinstitucional de Abordagem de Rua[1], das 510 crianças e adolescentes – entrevistadas, 69% admitem consumir drogas periodicamente, com a agravante de que o crack surge como a droga mais consumida. De acordo com a Política Nacional Anti Drogas/SENAD[2] nossa responsabilidade não é apenas de conhecer, mas principalmente começar a construir os processos de mudança, principalmente para a garantia de implementação de programas e estruturas de atendimento destinadas à sensibilização, ao encaminhamento para tratamento de drogadictos e/ou consumidores ocasionais bem como à prevenção e redução de atitudes ou comportamentos discriminatórios e a minimização de danos individuais e sociais provocados pela drogadição.

[1] Instância de representação social que congrega as 12 entidades ( OGs e ONGs ) que desenvolve ações no ambiente da rua com o público de crianças e adolescentes na cidade de Fortaleza.
[2] Secretaria Nacional Anti Drogas, órgão do governo federal responsável pelo realinhamento da política nacional de combate e enfrentamento ás questão da drogadição no Brasil.

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